Este trabalho foi realizado com o apoio do programa Garantir Cultura, tendo sido terminado em Novembro de 2022.
O presente site visa a apresentação da instalação bem como do processo da sua realização nas várias vertentes técnicas que a compôem.
Sinopse:
Tozé, desenho animado, coelho indisciplinado em quase tudo desprovido de virtude, dorme imerso num grande bloco de gelo. O acordar tarda, por isso Tozé sonha. Está na barriga de uma máquina que mantém a sua vida suspensa até a um incerto regresso ao mundo.
Esta instalação toma como ponto de partida o mito urbano da criogenação de Walt Disney, criador de um universo com personagens que se eternizaram no nosso imaginário colectivo. Imediatamente após a morte de Disney, esta noção de eternidade, conjugada com o seu “mundo do amanhã”, repleto de projecções futuristas, ligado ao conhecido fascínio que tinha pela tecnologia, criaram o mito de que teria sido criopreservado a temperaturas muito baixas aguardando um reanimar num futuro em que a ciência dispusesse de meios para o salvar da doença que o vitimou. Este prolongar da vida, só possível pela preservação artificial da integridade do corpo, crença comum em diversas culturas, é aqui simbolizado pela folha de papel aprisionada no bloco de gelo. Nesta folha incide a animação. Se a máquina falhar, o gelo derrete, a folha cai e a animação da figura acaba.
Três elementos são colocadas em paralelo nesta instalação:
1- Um personagem fictício oriundo de um universo da animação, por razões desconhecidas encontra-se imerso num cubo de gelo, no interior de uma unidade crio protectora que o mantém vivo, mas que não lhe permite sair de um estado de vida suspensa.
2- A máquina com abertura accionável de tempo a termpo, permite o visionamento de partes aleatórias da animação.
3- Três figuras / guardiões, protegem / guardam o viajante no tempo.
Jorge Batista
Novembro de 2022